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Recebeu um Pix por engano? Cuidado com o golpe: veja como devolver corretamente

Que a internet está cheia de golpes, não é novidade. Contudo, a variedade das ações dos criminosos é chocante, chegando até a enganar enviando Pix por engano.

O Pix transformou radicalmente a forma como os brasileiros realizam pagamentos e transferências. Em 2024, cerca de 63% da população utilizou o sistema ao menos uma vez por mês, o que demonstra sua ampla aceitação e integração no cotidiano.

Com mais de 836 milhões de chaves cadastradas, a ferramenta abrange todas as classes sociais, faixas etárias e regiões do país. Esse cenário consolidado reflete a busca por rapidez, praticidade e custo zero nas operações financeiras.

No entanto, o crescimento exponencial da ferramenta também trouxe novos riscos, especialmente relacionados a golpes e transferências erradas, o que demanda constante atualização por parte das autoridades financeiras. Por isso, o Banco Central busca aprimorar continuamente a estrutura do Pix.

Se você recebeu um Pix por engano, veja como devolver sem correr risco de cair em golpe.
Se você recebeu um Pix por engano, veja como devolver sem correr risco de cair em golpe. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

BC planeja melhorar sistema de devolução de Pix

Com o lançamento oficial do Pix Automático, o Banco Central deu mais um passo importante no avanço do sistema de pagamentos instantâneos no Brasil. No entanto, paralelamente a essa evolução, a instituição já projeta melhorias no mecanismo que permite a devolução de valores em casos de fraudes.

O destaque entre essas inovações é o MED 2.0, que será implementado de forma opcional em dezembro de 2025 e se tornará obrigatório em fevereiro de 2026. Essa nova versão promete resolver uma limitação grave da versão atual: a baixa efetividade na recuperação de valores transferidos de forma fraudulenta.

Atualmente, o Mecanismo Especial de Devolução permite que a vítima de um golpe solicite o bloqueio dos valores assim que a fraude é identificada. O banco aciona o MED, que tenta localizar os recursos na conta de destino e bloqueá-los imediatamente.

Contudo, essa operação encontra um obstáculo comum: os golpistas rapidamente repassam os valores para outras contas, tornando a recuperação praticamente impossível. Como resultado, apenas 7% dos valores são efetivamente devolvidos aos clientes lesados.

A proposta do MED 2.0, segundo o Banco Central, é mais robusta. Com ela, os bancos poderão rastrear e congelar valores mesmo após múltiplas transferências entre contas. Isso amplia consideravelmente as chances de bloqueio e recuperação, atingindo os recursos em níveis mais profundos.

Com essa mudança, o Banco Central espera não só devolver mais dinheiro às vítimas, mas também desestimular os golpistas, que hoje se aproveitam da agilidade do Pix para dificultar o rastreio dos valores desviados.

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Golpe do Pix por engano faz vítimas em todo o país

Um dos golpes mais comuns envolvendo o Pix é o chamado “Pix por engano”, que afeta milhares de brasileiros todos os meses. O golpe ocorre quando um criminoso simula ter transferido um valor para a vítima, geralmente por meio de comprovantes falsificados ou mensagens falsas.

A partir disso, o golpista convence a pessoa a devolver o valor, alegando erro na operação, mesmo sem ter transferido nada de fato. Diante da boa-fé e do desconhecimento, muitas vítimas caem na armadilha e transferem dinheiro ao golpista.

Além do uso de comprovantes falsos, alguns criminosos também utilizam táticas mais sofisticadas, como fazer uma transferência real com valor menor que o informado e solicitar o reembolso com base em um valor superior.

Em outras situações, o golpe envolve contato telefônico ou mensagens que pressionam emocionalmente a vítima a agir rapidamente. O fator tempo é essencial nesses casos, pois os criminosos se aproveitam da urgência para evitar que a pessoa confirme os dados antes de realizar a devolução.

Esses golpes ocorrem com frequência justamente porque o Pix é um sistema imediato, com transferências que acontecem em segundos. Essa rapidez, embora benéfica, também exige atenção redobrada por parte dos usuários.

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Como devolver corretamente um Pix por engano?

  • Primeiro, confirme a origem do valor recebido. Verifique o nome, CPF ou CNPJ do remetente, e certifique-se de que o valor não faz parte de alguma transação ou dívida que você tenha.
  • Em seguida, entre em contato com a pessoa que fez a transferência, utilizando os dados fornecidos no comprovante ou na sua conta bancária. Evite agir baseado apenas em mensagens de terceiros.
  • Depois disso, procure seu banco ou instituição financeira. Informe o ocorrido e peça orientações formais sobre como proceder para realizar a devolução de forma segura.
  • Nunca devolva valores sem confirmação oficial. Golpistas costumam forjar comprovantes e pressionar emocionalmente para que a vítima devolva rapidamente os valores.
  • Quando houver certeza do erro e do remetente legítimo, utilize a função de devolução disponível no próprio aplicativo do banco. Essa função garante que o valor retorne para a conta original de forma segura e rastreável.
  • Em caso de suspeita de golpe, registre um boletim de ocorrência imediatamente e informe seu banco, que poderá acionar medidas de segurança ou bloqueio.

Outras novidades do BC

Além das melhorias no MED e da implementação do Pix Automático, o Banco Central também prepara o lançamento de novas funcionalidades que prometem transformar ainda mais a forma como o brasileiro lida com o dinheiro.

Entre essas inovações está o Pix Parcelado, que permitirá aos usuários realizar pagamentos via Pix com crédito oferecido pela instituição financeira. A proposta visa padronizar essa experiência entre os bancos e já tem previsão de lançamento para novembro de 2025.

Outra funcionalidade em fase de planejamento é o Pix Garantia, que ainda não possui uma data oficial de lançamento. Com ele, empresas poderão usar valores que têm a receber via Pix como garantia para tomar crédito junto a instituições financeiras.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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